Útero Bicorno: malformação uterina pode dificultar a gestação
Útero Bicorno é um tipo de malformação que acontece por uma anormalidade durante a embriogênese da mulher.
É durante o desenvolvimento no útero da mãe que a mulher terá a formação embriológica, ou seja, a produção dos genitais, como vulva, vagina e colo do útero. Em algumas situações, pode ocorrer alterações nessas formações, que, geralmente, vem desde o nascimento.
Dependendo do momento em que ocorreu a alteração embriológica, podemos ter diferentes tipos de mal formações do útero, ocasionando formatos diferentes.
O que é Útero Bicorno?
Um útero bicorno é descrito pela presença de dois colos de útero, duas partes de útero separadas ou apenas um colo de útero e um útero que se divide em dois.
Trata-se da malformação mais comum, mas existem outros tipos:
Útero Didelfo
Útero didelfo é sinônimo do útero bicorno, ambos apresentam as mesmas características.
Útero Arqueado
O útero arqueado apresenta um formato de “coração”, que ocorre por um tipo de afundamento na parte superior.
Útero Septado
Já quando é septado, por fora o útero é aparentemente normal, mas dentro ele apresenta uma divisão.
Agenesia ou Hipoplasia Uterina
Agenesia, ou Síndrome de Mayer-Rokitansky-Küster-Hauser, ocorre quando existe cornos rudimentares ou ausência da estrutura uterina.
Já na hipoplasia, existem diversos tipos de alterações endócrinas.
Útero Unicorno
Nesse caso, há uma redução do tamanho do útero e ele é ligado apenas por uma das tubas uterinas, fazendo com que a outra não se desenvolva da maneira que deveria.
Útero Bicorno pode afetar a gravidez?
Algumas pacientes podem ter dificuldade para engravidar. Já outras podem ter a gravidez, mas com complicações. Isso acontece porque o útero malformado é dividido em dois e não consegue dilatar corretamente, podendo causar abortamentos ou partos prematuros.
Útero Bicorno pode afetar a menstruação?
Quando a paciente tem o útero, nenhuma dessas malformações afetam a menstruação.
Como é feito o diagnóstico?
Em relação a essas malformações, com exceção a agenesia e a hipoplasia, a maioria das mulheres não apresentam sintomas.
No caso da agenesia, como não existe útero, a condição é descoberta devido ao relato dado ao ginecologista sobre a ausência da menstruação. Já na hipoplasia, a mulher pode não apresentar sintomas, mas ter uma menstruação muito escassa.
Nas demais malformações citadas acima, o diagnóstico é feito quando a paciente realiza exames de rotina, especialmente a ultrassonografia e a ressonância magnética da pelve. Outra maneira de descobrir é quando a mulher tenta engravidar e não consegue, ou engravida, mas a gestação não prossegue.
Como é feito o tratamento?
O tratamento dependerá da condição e avaliação profissional.
Quando se trata do útero septado, é feita uma cirurgia por histeroscopia, removendo o septo do útero e o deixando normal.
Em relação as demais malformações, normalmente não é necessário nenhum tipo de tratamento.
Veja também: útero retrovertido.
Autora: Dra. Adriana Campaner – Médica ginecologista