Poliomielite: sintomas, causas, diagnóstico e tratamento
A poliomielite é uma condição altamente contagiosa e potencialmente grave, capaz de levar à paralisia em casos graves.
Ao longo do século 20, essa doença gerou grande preocupação devido aos surtos ocorridos em diferentes países.
Foram estabelecidos planos para controle da poliomielite e, desde 1990, o Brasil não registra circulação de poliovírus selvagem. Para que a população continue segura, é fundamental que haja ampla aderência à vacinação.
O que é poliomielite?
Também conhecida como pólio ou paralisia infantil, a poliomielite é uma doença causada pelo poliovírus – um patógeno que pode afetar a medula espinhal e o cérebro (estruturas que fazem parte do sistema nervoso).
Na maioria das vezes, a poliomielite acomete crianças menores de 5 anos, mas pode atingir qualquer indivíduo, inclusive adultos.
Quais são as causas de poliomielite?
A poliomielite, considerada altamente contagiosa, é causada por um vírus denominado poliovírus.
A transmissão ocorre principalmente pelo contato direto com fezes ou gotículas expelidas na tosse ou no espirro de uma pessoa infectada.
Menos frequentemente, a transmissão pode acontecer pela ingestão de água ou alimentos contaminados.
Por estes motivos, fatores como falta de saneamento básico, condições habitacionais precárias e higiene pessoal inadequada podem favorecer a propagação do patógeno.
Quais são os sintomas de poliomielite?
Nem todas as pessoas que entram em contato com o poliovírus desenvolvem a doença ou apresentam sintomas. Mas também é possível que haja manifestações similares a uma gripe ou a uma infecção gastrointestinal, como:
- Febre;
- Mal-estar;
- Dor de cabeça;
- Dor de garganta;
- Dor abdominal;
- Constipação;
- Vômitos.
Nos casos mais raros e graves, em que o sistema nervoso é afetado, pode haver fraqueza nos membros (especialmente de maneira unilateral, em apenas uma das pernas) e o surgimento súbito de deficiência motora.
Quais podem ser as sequelas de poliomielite?
As principais sequelas da poliomielite são motoras, geralmente incidindo sobre uma das pernas. Os pacientes podem apresentar perda da força muscular e perda dos reflexos, além de dores nas articulações.
Alguns quadros também podem cursar com paralisia dos músculos envolvidos na fala e na deglutição, o que dificulta essas funções.
Como é feito o diagnóstico de poliomielite?
O diagnóstico da poliomielite envolve exames laboratoriais. O mais comum é o exame de fezes: a partir dessa amostra, é possível detectar a presença do poliovírus.
Pode ser solicitada ainda a eletromiografia, que permite avaliar o funcionamento de nervos e músculos.
Tratamento de poliomielite
Não há um tratamento específico para a poliomielite. A abordagem depende dos sintomas apresentados em cada caso.
Em geral, é importante que o paciente repouse e, se necessário, receba medicamentos para controlar a dor, a febre e outras manifestações.
Na presença de sequelas motoras, indica-se a realização de fisioterapia, com o intuito de fortalecer os músculos e melhorar a postura.
Também podem ser prescritos medicamentos para amenizar dores que afetem os músculos ou as articulações.
Como é feita a prevenção?
A prevenção da poliomielite é feita por meio da vacinação. De acordo com o calendário vacinal infantil do Programa Nacional de Imunizações (PNI), a vacina poliomielite deve ser aplicada aos 2, 4 e 6 meses, com reforço entre os 15 e 18 meses.
A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) recomenda o mesmo esquema, mas adicionando outro reforço aos 4 anos de idade.
Em caso de vacinas atrasadas, é preciso ir até uma unidade de saúde o quanto antes para atualizar a carteira de vacinação.
Além disso, a vacina poliomielite é indicada a adolescentes e adultos não vacinados que pretendem viajar para países onde a poliomielite ainda é endêmica (como Paquistão e Afeganistão).
De maneira complementar à vacinação, recomenda-se manter as mãos limpas (lavando-as com água e sabonete, especialmente após ir ao banheiro ou antes de fazer refeições), higienizar corretamente os alimentos e o local onde eles serão preparados e ingerir somente água tratada.
Essas são medidas que ajudam a evitar também a proliferação de outras doenças, preservando a saúde de forma geral.
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Fonte: Rosana Ritchmann – Infectologista
