Nevo Melanocítico: entenda como esses sinais se formam no corpo

Nevo Melanocítico: entenda como esses sinais se formam no corpo

Nevo melanocítico é o nome técnico para o que muita gente popularmente chama de “pinta” ou “mancha” na pele. Esses sinais podem estar presentes desde o nascimento ou serem adquiridos ao longo da vida e apresentar variedade de formatos, tamanhos e colorações quando aparecem. Embora a maioria seja benigna, é importante acompanhar esses sinais regularmente e ter atenção a mudanças que podem ser sinais de alerta.   

O que são nevos melanocíticos?

Nevos melanocíticos são pequenas manchas marrons de formato regular na pele que podem ou não serem salientes. Você provavelmente os conhece como “pinta” ou “mancha”. 

Essas lesões geralmente são benignas e surgem em decorrência de predisposição genética e/ou da exposição solar. Esses fatores fazem com que os melanócitos, células responsáveis pela produção de melanina, o pigmento que dá cor à pele, se proliferem formando aglomerados em camadas diferentes da pele.

Tipos de nevos melanocíticos

Os nevos melanocíticos são classificados de acordo com a localização das células melanocíticas na pele, a fase de vida do indivíduo em que surgem e suas características morfológicas. Essa classificação inclui os seguintes tipos: 

Nevo melanocítico intradérmico

São o tipo mais comum, localizados na derme (a camada intermediária da pele) e surgem geralmente no rosto e no tronco. Podem ser elevados, arredondados, apresentar pelos e ter a textura semelhante à de uma verruga.  

Nevo melanocítico congênito

É o nevo presente desde o nascimento ou com surgimento precoce, com tamanho variável e muitas vezes grandes dimensões e com aumento de pilificação (desenvolvimento de pelos), podendo acometer qualquer região do corpo. 

Nevo melanocítico juncional

Recebe esse nome pois os melanócitos se localizam na junção entre a epiderme (a superfície cutânea) e a derme (a camada intermediária, que vem depois da epiderme). São nevos frequentes, que podem aparecer na infância e idade adulta e podem ter crescimento e posterior estabilização. 

Nevo melanocítico composto

São uma combinação dos tipos juncional e intradérmico. São lesões geralmente com parte elevada, de coloração castanha ou acastanhada, e que podem se tornar mais evidentes com o tempo.  

Nevo displásico e nevo melanocítico são a mesma coisa?

Não. Os nevos displásicos são diferentes do nevo comum que podem parecer um melanoma (um tipo de câncer de pele considerado agressivo). São lesões maiores, podendo ser irregulares no formato e possuir vários tons. Podem apresentar algumas características atípicas também no exame anatomopatológico, porém sem critérios para melanoma.  Geralmente, a propensão para desenvolvimento de nevos displásicos é hereditária. 

De acordo com a SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia), algumas pesquisas indicam que pessoas com dez ou mais nevos displásicos possuem 12 vezes mais risco de desenvolver melanoma –daí a importância de se manter uma rotina de visitas regulares para avaliação e detecção precoce de lesões malignas nesses pacientes. 

Causas e riscos dos nevos melanocíticos

Acredita-se que o surgimento de nevos melanocíticos seja causado por uma combinação de fatores genéticos e quantidade de exposição solar que o indivíduo tem ao longo da vida.  

Assim, pessoas de pele clara, com cabelos ruivos ou claros e olhos também claros, por exemplo, têm maior propensão a desenvolver lesões melanocíticas, também por apresentarem uma cútis mais sensível à radiação do sol. 

Em geral, os nevos melanocíticos são benignos e um adulto pode ter entre 10 e 20 pintas. No entanto, a SBD recomenda o autoexame e exame dermatológico de forma rotineira para garantir que nenhuma lesão potencialmente cancerígena passe despercebida.  

Sintomas de nevo melanocítico

No caso dos nevos melanocíticos normais, o formato deve ser simétrico, as bordas, regulares e bem definidas e a cor, uniforme (geralmente castanha, marrom ou cor da pele).  O diâmetro geralmente é menor que 6 milímetros. Normalmente, esses nevos concentram-se em áreas expostas ao sol, como face, tronco, braços e pernas; e surgem até os 40 anos de idade.  

Nevos congênitos ou de surgimento precoce na infância muitas vezes acometem áreas cobertas, como couro cabeludo, região genital e nádegas.  Podem crescer simetricamente ao longo dos anos, mas não devem desenvolver formato irregular, ter várias cores, doer, coçar ou sangrar. 

Já os nevos displásicos tendem a ser maiores e podem apresentar certa irregularidade de formato e/ou coloração, além de serem maiores que 6 milímetros, o que faz com que sejam clinicamente suspeitos, muitas vezes precisando de avaliação de dermatologista para excluir a possibilidade de melanoma.  

A maioria dos nevos melanocíticos é assintomática. Por isso, é fundamental estar atento a quaisquer alterações que possam surgir em um nevo preexistente ou ao aparecimento de um novo nevo com características diferentes, pois isso pode indicar uma lesão potencialmente cancerígena. Os sinais de alerta, conhecidos como o “ABCDE” do melanoma, são: 

  • Assimetria: uma metade do nevo é diferente da outra; 
  • Bordas irregulares: contornos mal definidos, entalhados ou borrados; 
  • Cor variável: presença de múltiplas cores (tons de preto, castanho, vermelho, branco ou azul); 
  • Diâmetro maior que 6 milímetros: embora melanomas possam ser menores, lesões maiores merecem atenção; 
  • Evolução: qualquer mudança em tamanho, forma, cor, elevação, sangramento, coceira ou dor em um nevo. 

Diagnóstico e exames para nevos melanocíticos

O diagnóstico de nevos melanocíticos geralmente é feito de forma clínica, com a observação em consulta. Ali, o especialista irá observar os parâmetros descritos acima (“ABCDE das pintas”) e pode ainda realizar o exame chamado de dermatoscopia

A dermatoscopia é um exame não invasivo que permite uma análise detalhada e ampliada das estruturas do nevo. Esse exame é considerado uma ferramenta essencial no rastreamento precoce do melanoma. 

Em casos de suspeita de malignidade, o médico deve recomendar a retirada do nevo e o encaminhamento para biópsia para confirmar ou não a hipótese diagnóstica. 

Tratamentos para nevo melanocítico  

Por serem considerados benignos na maioria dos casos, os nevos melanocíticos não precisam ser tratados, apenas acompanhados. Porém, quando o nevo apresenta alguma característica atípica, deve ser avaliado para excluir a possibilidade de ser um melanoma. 

Por isso, se houver suspeita de malignidade, o médico realiza a retirada da lesão e encaminha o material para análise anatomopatológica (biópsia). 

Qual médico procurar para nevos melanocíticos?

O especialista indicado para avaliar nevos melanocíticos é o médico dermatologista. Ele pode determinar o tipo de lesão, orientar sobre a necessidade de exames e indicar a conduta mais apropriada para cada caso.

Fonte: Dra. Luisa Juliatto – Dermatologista