Kisunla (donanemab-azbt): novo tratamento para alzheimer
Em abril de 2025, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o Kisunla (donanemab-azbt), o que significa um avanço importante no tratamento do Alzheimer.
O medicamento é o primeiro de sua classe a ser liberado no Brasil com a capacidade de modificar o curso da condição, em vez de apenas aliviar os sintomas.
O tratamento demonstrou ser capaz de retardar o declínio cognitivo e funcional. Em um estudo com mais de 1.700 pacientes, o uso do Kisunla atrasou a progressão da doença em até 35% em comparação com quem não recebeu o remédio.
O que é Kisunla (donanemab-azbt)?
Kisunla é o nome comercial do (donanemab-azbt), um medicamento que serve para o tratamento de estágios iniciais da doença de Alzheimer.
Kisunla é um medicamento biológico que pertence à classe dos anticorpos monoclonais. Isso significa que foi projetado em laboratório para agir como uma defesa do corpo, identificando e atacando um alvo bem específico no cérebro.
Sua aprovação inaugura uma nova era no tratamento da doença de Alzheimer. Diferente dos remédios usados até então, que focavam nos sintomas, o Kisunla atua em uma das alterações biológicas que causam a progressão do problema.
Para que serve o Kisunla (donanemab-azbt)?
O Kisunla serve para retardar o avanço da doença de Alzheimer. Ele não é uma cura, mas sim uma terapia para frear a progressão do quadro. Seu objetivo é preservar a capacidade cognitiva e funcional dos pacientes por mais tempo.
A sua indicação é específica para pessoas que estão nos estágios iniciais da doença. E isso inclui quadros de comprometimento cognitivo leve ou demência leve, fases em que os sintomas começam a aparecer, mas ainda não são tão severos.
Nessa fase inicial, um lapso de memória deixa de ser um esquecimento comum. A dificuldade em se lembrar de informações recém-aprendidas se torna mais frequente e é um dos primeiros e mais característicos sintomas que o tratamento com Kisunla busca retardar.
O foco é intervir antes que os danos ao cérebro sejam mais extensos e irreversíveis.
Quem pode tomar o Kisunla (donanemab-azbt)?
A indicação do Kisunla aprovada pela Anvisa é para:
- Adultos com diagnóstico de comprometimento cognitivo leve ou demência leve causados pela doença de Alzheimer.
- Pacientes que não possuem duas cópias do gene ApoE ε4 (homozigotos). Ou seja, que têm uma cópia (heterozigotos) ou nenhuma cópia do gene.
Por isso, antes de iniciar o tratamento, é necessária a realização de um teste genético. A investigação é importante porque pacientes com duas cópias do gene ApoE4 apresentaram um risco maior de desenvolver efeitos colaterais cerebrais nos estudos.
Além disso, existem contraindicações claras. O Kisunla não deve ser usado por pessoas que tomam medicamentos anticoagulantes ou com diagnóstico de angiopatia amiloide cerebral, uma condição identificada por ressonância magnética.
Como funciona o tratamento?
O Kisunla age contra as placas de proteína beta-amiloide. Essas placas são acúmulos tóxicos que se formam no cérebro de pessoas com Alzheimer e que são responsáveis por danificar e destruir os neurônios, levando à perda de memória e outras funções cognitivas.
Ao ser administrado, o anticorpo monoclonal (donanemab-azbt) viaja até o cérebro, onde se liga diretamente a essas placas. Uma vez conectado a elas, ele sinaliza para o sistema imunológico do próprio paciente que aquelas placas precisam ser removidas.
Esse processo ajuda a reduzir a carga de beta-amiloide no cérebro. Com menos placas tóxicas, a progressão da doença se torna mais lenta.
Estudos mostraram que o tratamento foi eficaz em reduzir as placas em mais de 80% após 12 meses de uso.
Aplicação e dosagem
O Kisunla é administrado por meio de infusão intravenosa, ou seja, o medicamento é aplicado diretamente na veia em um ambiente clínico ou hospitalar.
O esquema de dosagem, segundo a aprovação da Anvisa, é realizado em duas etapas:
- Doses iniciais: o paciente recebe uma dose de 700 mg a cada quatro semanas. Esse esquema é mantido para as três primeiras aplicações.
- Doses de manutenção: depois das três primeiras, a dose é ajustada para 1.400 mg, também a cada quatro semanas.
O tratamento pode continuar até que exames de imagem mostrem que as placas amiloides foram removidas do cérebro. Caso não seja possível monitorar a remoção das placas, a recomendação é que a terapia se estenda por até 18 meses.
Existem efeitos colaterais?
Sim, como todo medicamento, o Kisunla pode causar efeitos colaterais, e alguns deles exigem atenção e monitoramento por parte da equipe médica.
O evento adverso mais comum e importante está ligado a um fenômeno conhecido como ARIA (Anormalidades de Imagem Relacionadas ao Amiloide). São alterações detectadas em exames de ressonância magnética e que podem se manifestar de duas formas:
- ARIA-E: um inchaço temporário em áreas do cérebro (edema).
- ARIA-H: pequenos pontos de sangramento na superfície do cérebro (micro-hemorragias).
Embora muitas vezes essas alterações não causem sintomas, em alguns casos podem levar a dores de cabeça, tontura e confusão mental. O risco de ARIA foi maior em pacientes portadores do gene ApoE4, principalmente naqueles com duas cópias do gene.
Outros efeitos colaterais relatados são as reações durante a infusão do medicamento, como febre e sintomas parecidos com os de uma gripe, além de dores de cabeça.
Qual o preço do Kisunla?
Para obter mais informações sobre o Kisunla, tais como preço e locais de aplicação, basta entrar em contato.
Onde fazer a aplicação do medicamento?
A aplicação do Kisunla é feita por infusão intravenosa. Por isso, o procedimento precisa acontecer em um ambiente clínico especializado, com estrutura e equipe médica preparada para garantir a segurança e o conforto do paciente.
O Alta Diagnósticos oferece centros de infusão de medicamentos. Nesses espaços, o paciente recebe a aplicação do remédio com o acompanhamento constante de uma equipe de médicos e enfermagem, em um local projetado para ser seguro e acolhedor durante todo o processo.
A equipe de neurologistas do Alta Diagnósticos acompanhará o paciente ao longo de todo o tratamento, assim poderá discutir o caso e oferecer suporte ao prescritor.
A aplicação de Infusão de Medicamentos pode ser feita em unidades de atendimento específicas.
Para mais informações, entre em contato por telefone ou WhatsAp:
São Paulo: (11) 3003-5554
Rio de Janeiro: (21) 3003-5552
Fonte: José Luis Bragatto, Coordenador Médico da Dasa