Edema Pulmonar: problema grave afeta o coração e os pulmões

Edema Pulmonar: problema grave afeta o coração e os pulmões

O edema pulmonar é uma emergência médica que causa falta de ar repentina e a sensação de que a pessoa está se afogando. O quadro afeta principalmente idosos com insuficiência cardíaca, sendo mais comum em homens com doenças cardíacas e hipertensão. Continue a leitura para entender o que é, quais são as principais causas, sintomas e como é feito o tratamento. 

O que é edema pulmonar?

O edema pulmonar ocorre após o acúmulo de líquido nos pulmões, podendo causar dificuldade para respirar. A presença de outros sintomas associados, como inchaço em pernas, tornozelos, pés e abdômen é comum. Geralmente, o problema está associado à insuficiência cardíaca.

Edema pulmonar é grave? Complicações e riscos

Sim. O edema pulmonar é uma condição grave, principalmente quando surge de forma súbita. O acúmulo de líquido nos pulmões prejudica a respiração e a oxigenação do organismo, exigindo atendimento médico imediato.  

As principais complicações são a insuficiência respiratória, baixa oxigenação dos órgãos vitais e, em casos relacionados a problemas cardíacos, risco de parada cardíaca. O quadro também pode afetar o funcionamento do cérebro, rins e fígado. 

Além disso, o ambiente úmido nos pulmões favorece infecções como a pneumonia. Em casos mais graves de insuficiência cardíaca, o líquido pode se acumular também em pernas, tornozelos, pés, abdômen e mãos, piorando o quadro.

O que causa edema pulmonar?

As principais causas de edema pulmonar envolvem problemas cardíacos, como: 

  • Isquemia coronariana aguda. 
  • Insuficiência cardíaca descompensada, geralmente associada à hipertensão. 
  • Arritmias. 
  • Doenças nas válvulas do coração. 

Além disso, pode ocorrer devido ao excesso de líquidos administrados intravenosamente, mudanças abruptas de altitude, pneumonia e lesões neurológicas. 

Por fim, a  DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), que causa obstrução das vias aéreas e dificuldade respiratória, pode aumentar o risco de edema pulmonar, piorando a capacidade respiratória ao longo do tempo. 

Edema pulmonar agudo: entenda o quadro grave

O edema pulmonar agudo é uma condição crítica, na qual ocorre acúmulo súbito de líquido nos pulmões. Isso prejudica a respiração e compromete a troca de gases essenciais, podendo levar a falência respiratória e até mesmo à morte. 

Geralmente, o quadro é causado por insuficiência cardíaca, quando o coração não consegue bombear o sangue adequadamente, causando retenção de líquido nos pulmões. 

No entanto, o edema pulmonar agudo também pode ser provocado por infecções pulmonares graves, traumas, reações alérgicas intensas e overdose de medicamentos. O tratamento imediato é fundamental para evitar complicações graves. 

Outros tipos de edema pulmonar

Além do edema pulmonar agudo, outras formas da doença podem se manifestar:  

  • Edema pulmonar crônico: condição de evolução mais lenta, frequentemente associada a doenças cardíacas, como hipertensão arterial, infarto do miocárdio e problemas nas válvulas do coração, entre outras. Nesses casos, a dificuldade para respirar tende a piorar com a atividade física. 
  • Edema pulmonar de grande altitude: ocorre quando uma pessoa se expõe a mudanças rápidas de altitude, sem tempo adequado para adaptação, devido à diminuição da pressão do ar e da concentração de hemoglobina. Também conhecido como “Doença das alturas” ou “Mal da montanha”, pode afetar pessoas de todas as idades, independentemente do preparo físico ou estado de saúde. 
  • Edema pulmonar neurogênico: forma rara da doença, causada por lesões no sistema nervoso central, que afetam a função pulmonar. 

Sintomas de edema pulmonar: como identificar

No edema pulmonar agudo, os sintomas surgem de forma repentina, com dificuldade respiratória, tosse espumosa, agitação, taquicardia e cianose, que é a coloração azulada da pele e mucosas devido à falta de oxigênio no sangue.  

O paciente com edema pulmonar crônico apresenta piora da falta de ar com esforço e ao deitar-se, mas melhora ao sentar-se. O quadro pode vir acompanhado de inchaço, ganho de peso, chiado no peito e tosse com secreção rosada.  

No edema pulmonar de grande altitude, além desses sinais, há confusão mental em estágios avançados. Já o edema pulmonar neurogênico é marcado por dificuldade respiratória, taquipneia, cianose e perda de consciência em casos graves. 

Diagnóstico de edema pulmonar    

O diagnóstico do edema pulmonar é realizado após uma avaliação, onde o médico observa os sintomas e o estado geral do indivíduo. Para confirmar a condição, são solicitados exames laboratoriais e de imagem. 

Nos exames laboratoriais, são verificados os níveis de sódio, potássio e marcadores da função renal. Os exames de imagem, como raio-X e tomografia de tórax, ajudam a diferenciar o edema pulmonar de outras doenças respiratórias. 

Além disso, a oximetria de pulso, que avalia os níveis de oxigênio no sangue, é importante, assim como o eletrocardiograma e o ecocardiograma, que servem para investigar possíveis condições cardíacas. 

A ultrassonografia pulmonar pode auxiliar tanto no diagnóstico quanto no acompanhamento do tratamento.

Tratamentos para edema pulmonar

O tratamento do edema pulmonar varia de acordo com a causa do acúmulo de líquido nos pulmões, já que não existe uma abordagem única. Embora a condição seja grave e possa ser fatal, a intervenção rápida e adequada pode salvar vidas. 

A prioridade é a administração de oxigênio, que pode ser fornecido por meio de máscara facial, cânula nasal ou máscara com pressão positiva. Nos casos mais críticos, o uso de ventiladores mecânicos pode ser necessário para aliviar o esforço respiratório. 

Além disso, medicamentos como diuréticos, vasodilatadores e anti-hipertensivos são frequentemente utilizados para reduzir o excesso de líquido no corpo. 

Prevenção

A prevenção do edema pulmonar envolve o controle de condições que podem levar ao acúmulo de líquido nos pulmões, como doenças cardíacas e respiratórias. Por isso, a recomendação é manter a pressão arterial, o colesterol e o diabetes sob controle, além de evitar hábitos prejudiciais como fumar e consumir álcool em excesso.  

Também é essencial tratar adequadamente doenças pulmonares, além de adotar um estilo de vida saudável com uma alimentação equilibrada e exercícios físicos. 

O acompanhamento médico regular em check-ups de rotina é fundamental para detectar possíveis complicações precocemente e ajustar o tratamento quando necessário. 

Especialistas em edema pulmonar: qual médico procurar?  

O tratamento do edema pulmonar costuma envolver diversos especialistas, conforme a causa e a gravidade da condição. Quando o edema está relacionado a problemas cardíacos, como a insuficiência cardíaca, o cardiologista é o profissional indicado.  

Já em casos de causas pulmonares, o pneumologista é o responsável pelo tratamento. Para o controle inicial em situações críticas, clínicos gerais ou intensivistas podem atuar em unidades de terapia intensiva, onde o monitoramento contínuo e o tratamento imediato são necessários.

Fonte: Dr. Carlos Silva, cardiologista de Alta Diagnósticos.