Câncer de mama: causas, estágios e tratamento
Pacientes com câncer de mama tendem a apresentar nódulo na mama, alterações cutâneas na região atingida e saída de líquido anormal pelo mamilo. Porém, em estágios bem iniciais não costuma haver sintomas.
O risco de desenvolver quadros graves pode ser minimizado com a adoção de hábitos saudáveis e, principalmente, com a realização periódica da mamografia.
Esse exame é fundamental para detectar lesões não palpáveis, o que favorece intervenções precoces e ajuda a diminuir a mortalidade por câncer de mama.
O que é câncer de mama?
O câncer de mama é uma doença que ocorre quando células anormais do tecido mamário passam a se proliferar descontroladamente, formando um tumor maligno que tem a capacidade de se espalhar para outras partes do corpo.
Esse problema é mais prevalente entre mulheres – sendo, inclusive, o segundo câncer mais frequente nessa parcela da população brasileira, de acordo com o Ministério da Saúde. O câncer de mama também pode acometer homens, porém isso é extremamente raro.
Tipos de câncer de mama
Essa doença pode se manifestar de diferentes formas, tendo origens e comportamentos distintos. Geralmente, o câncer de mama surge nas células que revestem internamente os ductos mamários. Mas é possível que a condição se desenvolva a partir de células de outros locais da mama.
Tipos mais comuns
O tipo mais comum de câncer de mama é o carcinoma ductal, que se inicia nos ductos mamários (responsáveis por transportar leite até o mamilo). Outro tipo considerado frequente é o carcinoma lobular, que surge nos lóbulos (ou seja, nas glândulas produtoras de leite).
Tipos menos comuns
A doença de Paget da mama é um tipo raro de câncer de mama, causado pelo crescimento de células anormais da pele do mamilo e da aréola. Outra forma rara desse tumor maligno é o câncer de mama inflamatório, caracterizado pelo bloqueio dos vasos linfáticos em função da presença de células tumorais.
Sintomas do câncer de mama
Em estágios muito iniciais, não costuma haver sintomas – daí a importância de realizar a mamografia como exame de rastreamento do câncer de mama. Mas, conforme a doença se desenvolve, podem surgir as seguintes manifestações:
- Nódulo na mama que tende a ser duro, irregular, fixo e indolor;
- Pequenos nódulos nas axilas;
- Saída de líquido anormal pelos mamilos;
- Alterações na pele da mama (como irritação, vermelhidão, inchaço, espessamento ou retração);
- Inversão do mamilo.
Vale dizer que, embora os nódulos sejam um dos principais sintomas do câncer de mama, nem todo nódulo é maligno. Existem casos benignos, e é fundamental consultar um médico para avaliação adequada.
Causas do câncer de mama
Considera-se que o câncer de mama seja uma doença multifatorial. Entre os fatores de risco conhecidos para esse tumor maligno, estão:
- Idade (o risco aumenta quanto maior é a idade);
- Sobrepeso ou obesidade;
- Sedentarismo;
- Consumo de álcool;
- Exposição excessiva à radiação ionizante;
- Histórico familiar de câncer de mama;
- Menarca precoce (primeira menstruação antes dos 12 anos de idade);
- Menopausa tardia (após os 55 anos);
- Primeira gestação após os 30 anos;
- Terapia de reposição hormonal (estrogênio-progesterona) após a menopausa;
- Determinadas mutações genéticas (especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2).
Como é feito o diagnóstico do câncer de mama?
A investigação geralmente é motivada pela presença de um nódulo na mama. Essa lesão é avaliada por meio de um exame clínico (palpação conduzida pelo médico) e por algum exame de imagem. O principal método utilizado é a mamografia, mas também podem ser solicitados o ultrassom de mama ou a ressonância magnética.
A partir do exame de imagem, é possível definir se a lesão é suspeita e se há necessidade de biópsia. A biópsia, por sua vez, requer a retirada de uma amostra da lesão para análise em laboratório – sendo este o exame capaz de confirmar o diagnóstico de câncer de mama e fornecer mais detalhes sobre o tumor.
Também podem ser solicitados exames complementares, como o EndoPredict, que é um teste genético destinado a prever recorrências precoces e tardias do câncer de mama. O resultado ajuda a planejar o tratamento do câncer de mama.
Estágios do câncer de mama
Após a realização dos exames, realiza-se o estadiamento do câncer com base em algumas características do tumor (incluindo tamanho e regiões atingidas). Isso é importante para escolher a abordagem terapêutica mais adequada para cada caso.
O estádio I é caracterizado por tumores relativamente pequenos e que não se espalharam para os linfonodos. Já no estádio II observam-se tumores maiores e disseminados para alguns linfonodos próximos.
No estádio III, os tumores são maiores ou estão crescendo nos tecidos próximos ou se disseminaram para vários linfonodos. Por fim, o estádio IV corresponde ao câncer de mama avançado, que já se espalhou para outros órgãos (ou seja, com metástase).
Tratamento
O tratamento do câncer de mama é definido individualmente, com base nas características particulares de cada tumor e cada paciente. De maneira geral, os recursos são: cirurgia, quimioterapia, radioterapia e imunoterapia.
A cirurgia visa a remoção do tumor, podendo retirar a mama inteira (mastectomia) ou apenas uma parte da mama (quadrantectomia).
Prevenção do câncer de mama
Para prevenir o câncer de mama, recomenda-se adotar medidas para controlar os fatores de risco modificáveis – como sobrepeso, obesidade, sedentarismo e consumo de álcool. As principais orientações são:
- Praticar atividades físicas regularmente;
- Ter um peso corporal saudável;
- Evitar a ingestão de bebidas alcoólicas;
- Fazer terapia de reposição hormonal apenas mediante indicação e acompanhamento médico;
- Não fumar e evitar o tabagismo passivo.
Exames preventivos
Além de adotar hábitos saudáveis, é importante fazer o exame de mamografia periodicamente. Esse é o principal método para detectar tumores malignos ainda não palpáveis, o que contribui para a implementação de intervenções precoces e para a redução da mortalidade por câncer de mama.
A Sociedade Brasileira de Mastologia, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e o Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR) orientam a realização anual da mamografia entre 40 e 75 anos de idade.
Se houver algum fator de risco, como casos de câncer de mama na família, pode ser indicado iniciar a mamografia mais cedo.
Painel genético de câncer
Em situações nas quais há histórico familiar de câncer de mama, também pode-se sugerir a realização de um painel genético de câncer.
O exame é feito a partir de uma amostra de sangue ou saliva, com o propósito de analisar determinados genes e, assim, avaliar se há predisposição hereditária ao câncer de mama.
Perguntas frequentes
A seguir, confira as respostas para algumas dúvidas comuns sobre câncer de mama:
Como é o câncer de mama?
O câncer de mama é um tumor maligno que se origina em células mamárias, podendo se espalhar para outras regiões do corpo. Há vários tipos de câncer de mama, que surgem a partir de diferentes estruturas mamárias e apresentam comportamentos distintos – alguns com avanço mais rápido, outros com avanço mais lento.
Essa doença não costuma causar sintomas em estágios iniciais. Conforme se desenvolve, podem aparecer algumas manifestações, sendo a principal delas um nódulo na mama.
Como é o caroço do câncer de mama?
Pacientes com câncer de mama geralmente apresentam um nódulo (caroço) fixo, indolor, endurecido e irregular. Ele pode ser detectado em estágios iniciais, quando ainda não é palpável, pela mamografia de rastreamento. Se a lesão já tiver crescido um pouco, é possível que a própria mulher perceba alguma alteração.
Câncer de mama dói?
Na grande maioria das vezes, o câncer de mama é indolor. No entanto, pode haver exceções, sendo possível que pacientes relatem dor em alguns casos.
Quais são os sinais de câncer de mama em quem amamenta?
Os sinais e sintomas de câncer de mama em mulheres que estão amamentando tendem a ser os mesmos dos demais casos:
- Nódulo na mama (geralmente duro, irregular, fixo e indolor);
- Pequenos nódulos nas axilas;
- Saída de líquido anormal pelos mamilos;
- Alterações na pele da mama (como irritação, vermelhidão, inchaço, espessamento ou retração);
- Inversão do mamilo.
Como é o câncer de mama masculino?
O câncer de mama em homens é bastante raro. Cerca de 99% dos casos da doença atingem mulheres, enquanto os homens representam entre 0,5% e 1% dos afetados globalmente, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.
Embora seja incomum, esse tumor maligno pode afetar homens pois eles também têm glândulas mamárias e tecido mamário. Os possíveis sintomas incluem: nódulo na mama ou na axila, alterações da pele ou do mamilo e saída de secreção pelo mamilo.
Fonte: Flora Finguerman, médica radiologista