Alzheimer tem cura? Conheça novo tratamento

Alzheimer tem cura? Conheça novo tratamento

Você já deve ter se perguntado se o Alzheimer tem cura. Por muito tempo, a resposta foi sempre um sonoro “não”. Mas, hoje, embora a cura definitiva ainda não tenha sido encontrada, podemos dizer que vivemos uma nova era no tratamento da condição. 

Pela primeira vez, estamos começando a tratar os pacientes de forma inicial e com base na fisiopatologia da doença. Uma abordagem inovadora que consegue retardar a progressão do Alzheimer, o medicamento Kisunla (donanemab-azbt).

O que é Alzheimer e quais são as suas causas?

O Alzheimer é distúrbio cerebral irreversível e progressivo que afeta a memória e as habilidades de pensamento e, em alguns casos, a capacidade de realizar as tarefas consideradas simples. 

A condição provoca a morte de neurônios – as células cerebrais – e isso afeta principalmente as áreas ligadas à memória, linguagem e raciocínio. O processo se deve a um erro no processamento de certas proteínas, que leva ao acúmulo de substâncias tóxicas no cérebro.   

A causa exata para o início desse processo ainda é desconhecida, mas sabe-se que depende de vários fatores. Por exemplo: aquilo que faz mal para o coração também parece prejudicar o cérebro. Condições como diabetes, pressão alta e colesterol elevado são fatores de risco para ambos.  

A depressão, o isolamento social, pancadas na cabeça e um estilo de vida sedentário também aumentam as chances. 

Embora as formas da doença hereditárias sejam minoria, existem componentes genéticos que aumentam o risco de desenvolver a doença. 

Alzheimer tem cura? 

Não, a doença de Alzheimer ainda não tem cura. Nenhum tratamento atual consegue reverter os danos já causados ao cérebro ou eliminar a doença por completo. Mas as drogas mais recentes já conseguem retardar a progressão da doença.  

Isso significa que, para pacientes em estágio inicial, é possível frear o avanço dos sintomas. A pessoa consegue preservar suas funções cognitivas e sua independência por mais tempo. 

Quais são os sintomas da doença?

O sintoma inicial e o mais comum do Alzheimer é a perda de memória para fatos recentes e a dificuldade para acompanhar uma conversa ou encontrar palavras. Com o avanço da doença, são afetadas diferentes capacidades cognitivas e comportamentais e por fim com perda completa de funcionalidade.

Estágio inicial 

Nessa fase, os principais sintomas do Alzheimer são: 

  • Memória alterada; 
  • Desorientação; 
  • Alterações da linguagem, aprendizado e concentração; 
  • Crítica comprometida. 

Estágio intermediário

Os sintomas incluem: 

  • Maior deterioração de memória; 
  • Alterações no cálculo, julgamento, planejamento e abstração; 
  • Alterações nas emoções, personalidade e comportamento social; 
  • Alterações de postura, marcha e tônus muscular. 

Estágio avançado 

As funções do organismo se encontram mais gravemente comprometidas. Os sintomas principais são: 

  • Incontinência urinária e fecal; 
  • Sinais neurológicos graves, como rigidez, convulsões, tremores e movimentos involuntários. 

Existe medicamento para Alzheimer?

Sim, existem medicamentos para Alzheimer. Medicações que agem em neurotransmissores são usadas há muitos anos no tratamento e tem um impacto importante. Tratamentos não farmacológicos como reabilitação cognitiva também tem um papel importante.  

Recentemente, uma nova classe foi aprovada e representa uma revolução no tratamento. São os chamados anticorpos monoclonais. 

Mas o que seriam anticorpos monoclonais? São proteínas criadas em laboratório para agir como as defesas naturais do nosso corpo. A grande vantagem é que são projetadas para atacar um alvo muito específico. No caso do Alzheimer, o alvo são as placas de proteína tóxica que se acumulam no cérebro. 

No Brasil, a Anvisa já aprovou o primeiro deles, o Kisunla (donanemab-azbt). Outro medicamento dessa classe, o Lecanemab, já é usado em outros países. Ambos são indicados para pessoas que estão nos estágios iniciais da doença.  

Em estágios mais avançados pode-se usar de forma associada uma classe adicional, os chamados inibidores do glutamato, como a memantina. 

Qual são os tratamentos para Alzheimer? 

O tratamento mais moderno para Alzheimer visa retardar a progressão da doença. Ele é feito com os medicamentos biológicos que removem as placas da proteína beta-amiloide do cérebro. 

Essa terapia é mais eficaz na fase inicial da doença e não restaura o que já foi perdido, mas permite que o paciente se mantenha mais independente por mais tempo.  

Além dos remédios, os médicos costumam recomendar: 

  • Terapia cognitiva e de reabilitação: estimulam o cérebro com exercícios de memória, jogos e tarefas diárias para manter habilidades. 
  • Atividades físicas e sociais: exercícios regulares e interação social podem ajudar a desacelerar o declínio cognitivo. 

Uma pessoa com Alzheimer vive quanto tempo? 

Não existe uma estimativa única para pessoas com a doença de Alzheimer. O tempo de vida depende de vários fatores, como o estágio no momento do diagnóstico, a idade de início, a presença de outras condições de saúde, a resposta e a adesão ao tratamento, além do suporte familiar e social disponível.  

Além dos medicamentos, medidas como estimulação cognitiva, atividade física, ajustes no ambiente e educação de cuidadores, além do manejo de comorbidades e prevenção de complicações (como quedas, infecções e desnutrição), ajudam a preservar a autonomia e a qualidade de vida por mais tempo.  

Alzheimer mata? 

Por si só, o Alzheimer não é uma causa imediata de morte, mas sim das complicações que surgem ao longo da progressão da doença. 

A perda de memória e coordenação leva a acidentes (quedas, por exemplo), desnutrição (esquecimento de comer) e maior risco de infecções (como pneumonia por engasgar alimentos).  

Essas complicações graves, sim, podem levar à morte de um paciente com Alzheimer. Por isso a ênfase nos cuidados de suporte e prevenção de acidentes. 

Núcleo de Memória com especialistas em Alzheimer 

O Núcleo de Memória do Alta Diagnósticos é uma referência em diagnóstico precoce e acompanhamento clínico, com foco nas síndromes demenciais, como na doença de Alzheimer e outras questões relacionadas à cognição. 

O Núcleo conta com uma equipe multidisciplinar de especialistas, que guia e apoia a jornada do paciente, cuidando para que cada etapa da avaliação médica seja feita de maneira ágil e personalizada. 

Para um diagnóstico preciso e completo, o centro especializado traz exames como: 

  • Ressonância Magnética de Crânio; 
  • Mapeamento Cerebral com eletroencefalograma; 
  • Eletroencefalograma Prolongado; 
  • Biomarcadores como TAU 181 e TAU 217; 
  • PET CT Neurológico; 
  • Polissonografia; 
  • Painel para Alzheimer de início precoce; 
  • Cadeias Leves Neurofilamentos. 

Fonte: Dr. Diogo Haddad Santos, Neurologista