O que é aleitamento materno? Conheça os tipos e benefícios

O que é aleitamento materno? Conheça os tipos e benefícios

O aleitamento materno é uma das melhores maneiras de proteger a saúde do bebê. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde recomendam que ele comece já na primeira hora de vida dele, e que seja a única fonte de alimento nos primeiros seis meses.

Por isso, saiba mais sobre a amamentação, como ela funciona e os caminhos para uma jornada mais tranquila.

O que é aleitamento materno? 

O aleitamento materno é a prática de alimentar o bebê com o leite produzido pela mãe. Ele é considerado o alimento mais completo para os recém-nascidos: fornece todos os nutrientes necessários nos primeiros meses. A recomendação de entidades como o Ministério da Saúde é que seja exclusivo até o sexto mês de vida. 

Mas amamentar não nutre só o bebê, mas também o vínculo afetivo entre ele e a mãe. O contato pele a pele e a troca de olhares criam uma conexão profunda entre os dois. Por tudo isso, a amamentação é um ato de saúde, afeto e proteção. 

Quais são os tipos de aleitamento materno? 

A Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP) e outras entidades médicas usam definições específicas para orientar as famílias e os profissionais de saúde. E as principais classificações são: 

  • Aleitamento materno exclusivo: a criança recebe somente leite materno. Nenhum outro líquido ou sólido é oferecido.
  • Aleitamento materno predominante: o bebê é amamentado, mas também recebe água ou chás. Essa prática não é a mais recomendada, já que o leite materno já possui toda a água de que o bebê precisa.
  • Aleitamento materno misto: acontece quando o bebê recebe leite materno e outros tipos de leite. Geralmente, são as fórmulas infantis.
  • Aleitamento materno complementado: o bebê mama no peito e recebe outros alimentos, como papinhas de frutas ou legumes. É o que se espera após os 6 meses de vida.

Como funciona a amamentação?

A amamentação funciona com base na oferta e procura. Ou seja, quanto mais o bebê mama, mais leite o corpo da mãe produz. Esse processo é regulado por dois hormônios: a prolactina, responsável pela fabricação do leite, e a ocitocina, que atua na sua liberação, ou ejeção. 

Para que tudo corra bem, a “pega” precisa estar correta. O bebê não pode abocanhar só o mamilo, deve pegar a maior parte da aréola. Isso ajuda a evitar fissuras e que a mãe sinta dor. E ainda garante que o bebê extraia o leite de forma eficiente, se satisfazendo e estimulando a produção contínua.  

Durante a amamentação, observe o bebê. Quando ele está bem posicionado, costuma ter a boca bem aberta e os lábios virados para fora. 

Se, mesmo com a pega correta, a mãe ainda enfrentar problemas como fissuras nos mamilos e ingurgitamento mamário (leite empedrado), vale consultar um médico especialista. Isso porque o quadro pode evoluir para a mastite, uma inflamação da glândula mamária que causa dor, inchaço e vermelhidão – e que requer tratamento. 

Quais são as fases da lactação?

O leite materno se transforma para atender às necessidades do bebê. Por isso, ele muda sua composição ao longo do tempo. Esse processo acontece em três fases principais.

Colostro

É o primeiro leite produzido, geralmente nos primeiros 3 a 5 dias após o parto. Ele é mais grosso e amarelado, e riquíssimo em proteínas e anticorpos. Funciona como a primeira vacina do bebê, protegendo contra infecções.

Leite de transição

Surge após o colostro, por volta do 5º ao 15º dia. Como o nome diz, ele faz a transição para o leite maduro. Sua composição muda gradualmente: os níveis de gordura e lactose aumentam, fornecendo mais energia ao bebê.

Leite maduro

Aparece a partir do 15º dia. É o leite que alimentará o bebê por todo o período da amamentação. Ele é mais fino e parece mais “aguado” no início da mamada, para matar a sede. Ao final, fica mais rico em gordura, o que garante a saciedade e o ganho de peso.

Qual a importância do aleitamento materno?

O aleitamento materno oferece benefícios duradouros tanto para a criança quanto para a mãe. Para o bebê, é a garantia de nutrição completa e proteção contra doenças. Para a mãe, representa uma recuperação mais rápida no pós-parto e a redução do risco de certas condições de saúde no futuro.

Benefícios para o bebê

O leite materno é um alimento vivo e dinâmico. Ele contém células de defesa e anticorpos que protegem o bebê, o que é especialmente importante nos primeiros meses.

A amamentação reduz o risco de diarreia, infecções respiratórias e alergias. Crianças amamentadas também têm menos chance de desenvolver obesidade e diabetes tipo 2 na vida adulta.

Além disso, os anticorpos passados pela mãe, inclusive os adquiridos por meio de vacinas para gestantes, como as contra tétano e coqueluche, chegam ao bebê pelo leite, reforçando sua imunidade inicial. 

Outros benefícios importantes para a criança seriam: 

  • Desenvolvimento facial: o ato de sugar o peito estimula os músculos da boca e da face. Isso contribui para o alinhamento correto dos dentes e para o desenvolvimento da fala.
  • Saúde digestiva: como o leite materno é facilmente digerido, ele previne cólicas e constipação.
  • Vínculo emocional: o momento da amamentação fortalece a sensação de segurança e afeto do bebê.

Benefícios para a mãe

Logo após o parto, a amamentação ajuda o útero a voltar ao seu tamanho normal, e isso graças a um processo estimulado pela ocitocina. A prática também acelera a perda de peso ganho durante a gestação, pois consome muitas calorias.

E ainda pode diminuir os riscos de depressão pós-parto, graças ao vínculo entre mãe e bebê estimulado pelo processo.

A longo prazo, a prática está associada a uma menor chance de osteoporose no futuro. E estudos indicam que amamentar pode reduzir o risco de a mulher desenvolver doenças como câncer de mama, de ovário e de endométrio.

Fonte: Dr. Heron Werner Jr. – Doutor e professor em ginecologia, obstetrícia e ultrassonografia